Da Redação
Uma história real que levou o
Vaticano a mudar seus rituais mortuários para sempre
Em setembro de 1958, o Vaticano enfrentou um
dos episódios mais constrangedores e bizarros de sua longa história: o
embalsamamento malsucedido do corpo do Papa Pio XII. O caso se tornou célebre
não apenas por sua gravidade, mas pelo fato de que, durante o translado do
corpo, o cadáver do
pontífice entrou em decomposição tão acelerada e extrema que acabou
"explodindo", segundo relatos da época. O evento
gerou tamanha comoção que levou a Igreja a rever completamente seus
procedimentos funerários.
Quem foi Pio XII?
Eugenio Pacelli, eleito Papa em 1939 sob o nome
de Pio XII, governou a Igreja Católica durante um dos períodos mais turbulentos
da história: a Segunda Guerra Mundial e o início da Guerra Fria. Polêmico por
seu silêncio frente ao Holocausto, ele também foi um papa influente,
centralizador e extremamente dedicado às doutrinas da Igreja.
Após 19 anos de pontificado, Pio XII faleceu em
Castel Gandolfo, residência de verão papal, no dia 9 de outubro de 1958. Como
era tradição, seu corpo deveria ser embalsamado e preparado para ser velado
solenemente na Basílica de São Pedro, em Roma.
O erro fatal no embalsamamento
O responsável pelo embalsamamento do corpo do
papa foi Riccardo
Galeazzi-Lisi, médico pessoal do pontífice. Ao invés de seguir
os métodos tradicionais testados ao longo de séculos pela Igreja, Galeazzi-Lisi
decidiu aplicar um procedimento
inovador, baseado em técnicas do Antigo Egito e, supostamente,
menos invasivo.
Ele envolveu o corpo de Pio XII com um tipo de
resina e folhas de celofane, acreditando que o método manteria o corpo
“naturalmente” preservado por dias. No entanto, a técnica se mostrou
completamente ineficaz. Com o calor italiano de outubro e sem a devida
refrigeração ou embalsamamento químico interno, o corpo começou a apodrecer rapidamente.
Durante o transporte do corpo de Castel
Gandolfo para o Vaticano, o cheiro de putrefação se tornou insuportável. Em
determinado momento, devido à formação de gases no interior do corpo —
consequência da decomposição acelerada — houve
uma ruptura no abdômen, provocando um estouro violento,
presenciado por integrantes da guarda papal e membros da comitiva fúnebre.
Consequências para o Vaticano
O escândalo foi tanto que Galeazzi-Lisi foi
imediatamente banido do
Vaticano e proibido
de exercer qualquer função médica na Igreja. O Vaticano, por
sua vez, foi forçado a rever seus protocolos de embalsamamento. Desde então, os
papas passaram a ser preparados por especialistas altamente qualificados e com
métodos rigorosamente supervisionados.
Além disso, o episódio foi decisivo para que se
reforçasse a discrição e o
sigilo sobre os detalhes dos ritos fúnebres papais, para evitar
que tais constrangimentos se repetissem ou vazassem para o público.
Uma história real que parece ficção
Embora pareça algo tirado de um filme de humor
negro ou de terror, o caso do embalsamamento falho de Pio XII é amplamente
documentado por biógrafos, historiadores da Igreja e até jornalistas da época.
A tragédia grotesca transformou uma cerimônia solene de adeus em um pesadelo
logístico e simbólico para o Vaticano.
Pio XII, que foi um dos papas mais poderosos e
controversos do século XX, acabou tendo sua despedida marcada não por pompa e
reverência, mas por um
erro médico histórico que literalmente fez seu corpo entrar em colapso.
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