Um caso que chocou São
Paulo e reacendeu debates sobre feminicídio, violência em relações homoafetivas
e a busca por justiça
A médica veterinária Fernanda Loureiro Fazio,
de 45 anos, foi presa preventivamente pela Polícia Civil de São Paulo nesta
sexta-feira, 9 de maio, acusada de ser a mandante do assassinato de sua
ex-companheira, a professora Fernanda Reinecke Bonin, de 42 anos. O crime, que
ocorreu no final de abril, abalou a capital paulista e chamou atenção pela
brutalidade e pelos vínculos afetivos entre vítima e suspeita.
Perfil da suspeita
Formada em Medicina Veterinária desde 2003,
Fernanda Fazio atua em uma clínica localizada em Santo Amaro, na zona sul de
São Paulo. Em seu perfil profissional, a veterinária declara possuir
especializações em cirurgia e oftalmologia veterinária, além de experiência em
coordenação de equipe e gerência hospitalar.
Apesar da prisão, Fernanda Fazio nega qualquer
envolvimento com o crime. Sua defesa ainda não foi localizada para comentar o
caso.
A vítima: uma professora querida e mãe dedicada
Fernanda Bonin era professora de matemática
formada pela Universidade de São Paulo (USP). Lecionava na Beacon School, uma
instituição particular de ensino bilíngue de alto padrão, também localizada na
zona sul paulistana. Descrita como uma profissional dedicada e mãe amorosa, sua
morte gerou grande comoção entre colegas, alunos e familiares.
O relacionamento entre as duas Fernandas
As duas mulheres foram companheiras por cerca
de oito anos e tiveram dois filhos por meio de reprodução assistida. Apesar de
estarem separadas há aproximadamente um ano, ainda eram oficialmente casadas e
realizavam terapia de casal na tentativa de uma reconciliação. O contato entre
ambas continuava frequente, principalmente por conta da guarda compartilhada
dos filhos.
O crime e as investigações
Na noite do dia 26 de abril, Fernanda Fazio
ligou para Bonin alegando que seu carro havia apresentado pane mecânica na
Avenida Jaguaré, zona oeste de São Paulo. Ela levava os filhos para a casa da
ex-companheira e pediu ajuda, compartilhando sua localização.
Câmeras de segurança do prédio registraram
Fazio saindo sozinha, dirigindo sua SUV Tucson prata. No dia 28 de abril, o
corpo de Fernanda Bonin foi encontrado por policiais militares em um terreno
baldio na Avenida João Paulo da Silva, no bairro Vila da Paz, próximo ao
Autódromo de Interlagos, zona sul da cidade. A professora estava vestida com a
mesma roupa que usava quando saiu de casa, e seu pescoço apresentava sinais de
estrangulamento, com um cadarço amarrado.
Inicialmente, Fazio prestou depoimento à
polícia dizendo que o carro voltou a funcionar meia hora depois do suposto
defeito. Sem conseguir contato com a ex, decidiu ir até o apartamento dela,
onde foi informada pela portaria de que Bonin não havia retornado. Algumas
inconsistências nos depoimentos da veterinária levantaram suspeitas, agravadas
com a prisão de um homem encontrado com o carro da vítima — o que reforçou a
hipótese de envolvimento direto ou indireto de Fazio no crime.
Um caso emblemático
O assassinato de Fernanda Bonin reacende
alertas sobre o feminicídio e a violência em relações homoafetivas — um tema
ainda pouco discutido, mas igualmente urgente. O caso também levanta debates
sobre a proteção de mulheres em contextos de separação e guarda compartilhada,
onde conflitos podem escalar de forma trágica.
A investigação segue em andamento. A sociedade
agora aguarda por justiça e por respostas sobre a morte de uma professora, mãe
e cidadã que teve sua vida brutalmente interrompida.
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