Primeira Juíza Cadeirante de SP é Capixaba


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Da Redação

A história de Rebecka Martins Gomes é, ao mesmo tempo, um exemplo de superação, coragem e compromisso com a justiça. Capixaba de nascimento, ela foi empossada recentemente como juíza do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), tornando-se a primeira magistrada cadeirante da história da Corte paulista.

A conquista de Rebecka representa um marco inédito não apenas para o sistema judiciário de São Paulo, mas também para a inclusão de pessoas com deficiência em espaços de poder e decisão. Emocionada durante a cerimônia de posse, Rebecka declarou:

Tenho o poder de mudar a vida das pessoas com uma decisão minha. Isso me move todos os dias.”

 Superação desde a infância

A trajetória da juíza é marcada por um episódio traumático e transformador: aos 12 anos, Rebecka sofreu um grave acidente de carro, que a deixou tetraplégica. Apesar da limitação física, ela nunca permitiu que isso definisse seus sonhos ou seu potencial. Contando com o apoio da família e com uma determinação fora do comum, enfrentou os desafios da reabilitação e seguiu firme em seus estudos.

A paixão pelo Direito surgiu ainda na juventude. Rebecka cursou a faculdade com dedicação exemplar e foi aprovada em um dos concursos mais exigentes do país. Sua entrada na magistratura representa um avanço no debate sobre acessibilidade, inclusão e diversidade dentro do sistema judiciário brasileiro.

 Justiça acessível para todos

Mais do que uma conquista pessoal, a nomeação de Rebecka é simbólica para a luta por igualdade de oportunidades. Ela afirma que sua condição a fez enxergar com ainda mais sensibilidade as desigualdades que permeiam a sociedade.

Eu conheço de perto as barreiras que a sociedade impõe a quem tem deficiência. Por isso, meu compromisso é com uma Justiça que seja acessível, humana e transformadora”, declarou.

A nova juíza também reforça a importância da representatividade:

 “Quando uma pessoa com deficiência vê alguém como ela ocupando um espaço de destaque, ela passa a acreditar que também é possível.”

 Um marco para o Judiciário

O Tribunal de Justiça de São Paulo — o maior do país em número de processos e magistrados — celebra essa posse como um importante passo rumo à inclusão. A presidente do TJ-SP afirmou que Rebecka é um exemplo inspirador para toda a magistratura, e que o Judiciário precisa refletir a diversidade da população brasileira.

Com sua inteligência afiada, empatia natural e firmeza ética, Rebecka entra para a história como um símbolo de esperança e transformação. Seu exemplo mostra que a Justiça pode ser feita com sensibilidade e que o poder de decisão, quando guiado pela experiência humana, pode realmente mudar destinos.

Por Luiz Castro
Baseado em reportagem de G1 — São Paulo

 


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